Durante o Encontro Nacional de Editores da Coluna Esplanada, ocorrido na semana passada, o ministro afirmou que os engenheiros brasileiros são ruins e elaboram projetos mal feitos. “Os jovens não saem bem formados da faculdade e os projetos são muito ruins”, disse.
Para o presidente do Crea-DF, engenheiro Flavio Correia, as declarações do ministro são lamentáveis e parecem vir de uma pessoa que não tem conhecimento sobre a área técnica e sobre o relevante papel dos engenheiros brasileiros para o desenvolvimento nacional.
“Problemas de gestão não podem ser apresentados como problemas técnicos. Os atrasos nos aeroportos, e em tantas outras obras públicas, normalmente estão relacionados a incompetências gerenciais”, disse.
De acordo com Correia, os profissionais da área tecnológica são responsáveis por cerca de 70% do PIB nacional e esse corpo técnico que impulsiona o país não pode ser responsabilizado por atrasos decorrentes de falhas na gestão e na contratação de obras e serviços. “A baixa qualidade nos processos licitatórios é um gargalo. A Lei 8.666/1993 necessita de mudanças. O Sistema Confea/Crea trabalha para que serviços e obras de engenharia não possam ser contratados pela modalidade Pregão, sem que se considere a técnica”, disse.
Sobre a crítica do ministro aos jovens profissionais, Correia afirma que a declaração fere não apenas os engenheiros, mas a política educacional brasileira como um todo.
“O que se espera é que uma manobra não esteja em curso para iludir a opinião pública a fim de que, em um futuro próximo, ocorra a criação de um programa “Mais Engenheiros”.